segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Biombo namban






BIOMBO NAMBAN no Museu do Oriente


Biombo de seis folhas. Japão, período Edo (1615-1868). Madeira (armação), papel, pigmentos e folha de ouro. 176x381. Aquisição, 1999, FO/0633.

Exposição Presença Portuguesa na Ásia, Núcleo do Japão, Piso 1



A chegada do grande navio negro (o kurofune), nome por que era conhecida a nau do trato proveniente de Macau, as pessoas e bens que seguiam a bordo e o cortejo que se realizava já em terra (o namban gyōretsu) foram plasmados, desde o final do século XVI, por artistas japoneses, nas armações portáteis por eles designadas byōbu. A curiosidade mútua que se originou após a chegada dos primeiros portugueses a Tanegashima e que levou a uma rápida aproximação entre as duas civilizações, explica, pelo menos parcialmente, o facto de os namban-jin, ou bárbaros do sul, terem integrado tão rapidamente o repertório temático das artes nipónicas.


Nestas composições de carácter narrativo, representa-se a nau do trato e a sua tripulação, cuja perícia nos mastros, vergas e gáveas tanto espanto causou entre os japoneses. As mercadorias transportadas e desembarcadas pelos batéis na praia incluíam sedas, brocados, peças de mobiliário, objectos lacados, cavalos da Arábia e outros animais oriundos de todos os cantos do Mundo.





O cortejo, alvo do olhar atento dos habitantes locais era composto pelo capitão-mor, fidalgos, mercadores, religiosos, escravos e intérpretes. Os portugueses surgem representados com traços faciais marcados e envergando trajes já acomodados aos novos climas.




Os acessórios incluíam lenços, rosários, apitos e, o mais espantoso de todos, os óculos nunca antes vistos no Japão. Os escravos, quase sempre de origem africana, surgem com roupas fabricadas em tecidos de algodão, lisos ou com estampado geométrico, e escoltam os seus amos transportando mercadorias ou carregando os enormes guarda-sóis.


Omnipresentes são os padres da Companhia de Jesus, detentores do monopólio da evangelização do Japão até 1593. Com as suas longas batinas negras e rodeados pelos autóctones, dirigem-se ao encontro dos seus compatriotas europeus. Neste biombo constata-se que a igreja dos Jesuítas é um edifício japonês adaptado a templo cristão. Veja-se a cruz que encima a cobertura.


Os biombos namban, representando os primeiros contactos estabelecidos pelos portugueses em solo japonês, tornam-nos espectadores distanciados de um encontro realizado há mais de 400 anos.

1 comentário:

Anónimo disse...

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