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O castelo de Rambouillet foi comprado em 1784 por Luís XVI,ao seu primo o duque de Penthiève,pois o rei adorava a caça e este local era ideal para o seu passatempo favorito. Para poder ter consigo a sua mulher em Rambouillet, o rei manda então construir, para agradar a Maria Antonieta uma quinta modelo e uma leitaria. Encarrega Jacques-Jean Thévenin de planear e construir uma leitaria (espaço para degustações) no parque da propriedade.
A construção do edifício foi mantida em segredo e só foi mostrado à rainha em 1787, quando ficou pronto. O edifício abriga no seu interior uma gruta artificial, de composição naturalista onde corria uma fonte que serve de cenário a uma estátua realizada em 1789 pelo escultor Pierre Julien (1731 - 1804):
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“La Nymphe Amalthée et la chèvre ”.
Conta a lenda que Amalthée alimentou Zeus no seu seio.
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Este escultor irá conceber nove esculturas de uma pureza e elegância que são uma referência da arte neo-clássica.
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A primeira sala redonda coroada de uma cúpula de caixotões e rosáceas, rodeada por uma consola de mármore de Carrara.Ladeando a porta que dá acesso à gruta, existem dois nichos de parede onde se colocavam vasos (desconhece-se o seu paradeiro),com asas adornadas com cabeças de cabras, onde era guardado o leite fresco. Esta divisão servia também para degustar produtos lácteos.
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A loiça de Sèvres, tijelas, potes, bacias, canecas e as famosas taças-seios, eram utilizados nas degustações, a par de um mobiliário feito de propósito para aquele local, em estilo etrusco, por Georges Jacob. Todos estes objectos desapareceram durante a francesa.
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Na verdade Maria Antonieta pouco utilizará esta leitaria; a sua última passagem foi durante uma caçada em 1788. Ela considerava Rambouillet um "chiqueiro", e nem a construção do belo edifício a fez mudar de ideias..
Oficialmente Luis XVI será o proprietário de Rambouillet até 1791.
Napoleão redecora e transforma a leitaria, instalando uma grande mesa de mármore branco, ornamentada no seu centro com os seus símbolos imperiais. A Restauração substituirá esses símbolos imperiais por estrelas, que rodeam um círculo vermelho.
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Imagem de como seria a sala com os baixos relevos que foram retirados
Os baixos-relevos em mármore que adornavam a leitaria, desapareceram no século XIX. Considerados obras-primas do escultor Pierre Julien, estiveram desaparecidos entre 1819 e 2001.Quatro medalhões ornamentavam a primeira sala redonda, “La traite de la vache”,”Au barattage du lait”, “La tonte des moutons”e "La distribuiton du sel”,sobre a porta que dá para a divisão da gruta, um medalhão de 114cm, com o tema “Uma mãe aleitando o seu filho”.
Os baixos-relevos em mármore que adornavam a leitaria, desapareceram no século XIX. Considerados obras-primas do escultor Pierre Julien, estiveram desaparecidos entre 1819 e 2001.Quatro medalhões ornamentavam a primeira sala redonda, “La traite de la vache”,”Au barattage du lait”, “La tonte des moutons”e "La distribuiton du sel”,sobre a porta que dá para a divisão da gruta, um medalhão de 114cm, com o tema “Uma mãe aleitando o seu filho”.
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Au Barratage du lait
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L'enfant Jupiter chez les Corybantes
Os herdeiros do antiquário Daniel Wildenstein, descobriram-nos nos depósitos do seu pai, aquando da sua morte e optaram por uma doação. Actualmente estão nas reservas do museu do Louvre, sem que se tenha ainda decidido,se voltam a Rambouillet ou se permanecem no museu. Tal já tinha acontecido com “La Nymphe Amalthée et la chèvre ” que ficou 124 anos no Louvre antes de voltar ao seu local de origem - a gruta da Leitaria da Rainha.
2 comentários:
Esse gosto classicizante vinha mesmo a calhar, no seguimento da exposição da Gulbenkian...
Vamos a Versailles?
Rambouillet...vamos a Rambouillet.
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